No decorrer de sua história, o Programa de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), desenvolvido pela Polícia Militar do Tocantins, tem buscado trabalhar a inclusão social, atendendo alunos que moram em aldeias indígenas e estudantes que possuem necessidades especiais.
Neste primeiro semestre de 2019, o Proerd vai contemplar a 2ª turma de alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) no município de Lagoa da Confusão. A primeira turma de excepcionais foi certificada em julho de 2018, na cidade de Dianópolis, por meio de instrutores da 2ª Companhia Independente de Polícia Militar (2ª CIPM).
“Com as metodologias de ensino da Apae, as turmas não se dividem por ano. Com isso, as classes recebem uma instrução diferenciada que atenda às suas necessidades. Assim, a formação de uma mesma turma segue em dois semestres de forma continuada”, explicou a coordenadora estadual do Proerd, tenente coronel Alaídes Pereira Machado.
Segundo Maria Holene, após a participação do seu filho Lourimar no programa, ela notou a grande admiração dele com a Polícia Militar e percebeu várias mudanças em seu comportamento. “O meu filho está sempre usando a camiseta do programa. Ele diz que é policial e que a instrutora é sua amiga. Percebi que durante esse primeiro processo, o Lourimar ficou mais obediente e passou a ter a Polícia Militar como sua referência. Agora, com essa complementação em 2019, espero que seja fortalecida a autoestima, a autoconfiança e as emoções do meu filho”, disse.
Aldeias Indígenas
O programa contempla também os povos indígenas. No município de Tocantinópolis, o currículo foi desenvolvido com o apoio da Diretoria Regional de Ensino (DRE) que foi responsável pelo transporte dos indígenas até a cidade para participarem das lições do Proerd.
Em 2018, pela primeira vez foi realizado o atendimento dos povos indígenas no seu ambiente natural, quando os instrutores do 4° Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Gurupi se deslocaram para a Aldeia Javaé Canuanã, situada na Ilha do Bananal e atenderam cerca de 150 indígenas, entre crianças, adolescentes e pais, vencendo a dificuldade geográfica e de acesso para ministrar as lições do programa.
Segundo o coordenador Operacional do Proerd, capitão Leonardo Amorim, o planejamento anual de atendimento inclui mais membros das tribos indígenas em Tocantinópolis e em Tocantínia. Também será dada continuidade no atendimento aos assistidos da Apae em Lagoa da Confusão e, em Dianópolis, além das demais unidades de ensino que recebem o programa semestralmente.
Atividades Letivas de 2019
As aulas deste primeiro semestre iniciaram no mês de março e tem uma média de duração de 45 minutos, ministradas uma vez por semana. São desenvolvidas na rede educacional de ensino por militares especialmente treinados para desenvolverem as lições do Programa com as crianças, adolescentes e pais, preparando a comunidade escolar, de maneira especial às famílias, para lidarem com a problemática das drogas.
A previsão é que este primeiro semestre atenda 12.897 crianças em 125 escolas em todo estado, mediante o trabalho de 21 policiais militares em atividades exclusivas do Proerd e mais 30 que atuarão em consonância com as demais frentes de serviço da PM.
O desenvolvimento das atividades do Proerd no decorrer do ano está previsto no Plano Estadual de Atendimento, que organiza e regulamenta a aplicação do Programa. Para 2019, uma das metas mais importantes é a contemplação de todos os municípios tocantinenses com a aplicação de pelo menos um currículo do programa, tendo em vista que dos 139 municípios tocantinenses, 103 municípios já foram atendidos, restando apenas 36 para serem contemplados nesta meta.
Como funciona o Proerd
O início do Programa na escola é precedido por uma reunião com pais e educadores, no sentido de divulgar o programa e orientar o engajamento e a participação de todos no processo.
O corpo de instrutores é composto por policiais militares voluntários, os quais são selecionados rigorosamente observando-se a conduta moral e a experiência com atividades sociais e educativas e que atuam em áreas afins à prevenção, como Saúde, Educação, Psicologia e Legislação.
O policial comparece fardado na escola uma vez por semana ao longo de um semestre, onde é acompanhado pelo professor da turma para ministrar as aulas que são organizadas mediante os respectivos currículos com o material didático apropriado ao público-alvo.
Mais de 400 mil atendimentos
Implantado no estado pela Polícia Militar há 18 anos, o Proerd comemorou no ano passado a marca de mais de 400 mil atendimentos entre crianças, adolescentes e pais certificados por intermédio de escolas públicas e particulares do Tocantins. Foram 418.410 crianças e 6.680 pais.
O programa se consolidou como uma importante ferramenta de policiamento comunitário, eficaz na aproximação com a comunidade, formação de crianças, adolescentes e preparação das famílias no enfrentamento de problemáticas relacionadas às drogas e à violência, no ambiente social em que estão inseridos. (Melânia Kássia/Governo do Tocantins)